quarta-feira, 9 de abril de 2008

"A total desnecessidade do acordo ortográfico"

"A quem pertence uma língua? Aos grandes nomes da cultura, aos académicos, ao povo que a fala? Os primeiros fazem dela o que querem e, mercê da sua atitude desafiadora e criativa, acabam por enobrecê-la. Os segundos defendem-na contra o caos e a descaracterização, mas são, por natureza, excessivamente conservadores. Já o povo, na sua gloriosa vivacidade, molda-a e transforma-a de geração em geração. No caso do português, uma das línguas mais faladas do mundo, uma outra questão parece agora colocar-se: o português é dos portugueses ou dos brasileiros? Com o seu peso demográfico e dinamismo cultural, o Brasil é hoje o grande pilar da língua portuguesa. É-o pela força dos números (veja-se a participação relativa de ambos os lados do Atlântico na Internet) e se Portugal quer manter uma posição de relevo neste «campeonato» resta-lhe transformar-se numa espécie de referência de qualidade. Ora isto faz-se com escolas de excelência, com grandes talentos e uma política cultural planetária, digna da dimensão do português no mundo. Está Portugal a fazer isso? Não. Nada disso. O que Portugal se dispõe a fazer é a assinar um acordo ortográfico, para «domesticar» as «loucuras»."

in Sexta, 20 de Março de 2008


A Língua Portuguesa apesar de não ser falada maioritariamente por portugueses, é nos portugueses que tem a sua origem, pertence-nos e é um elemento da nossa identidade que não pode ser alterada com acordos políticos visando o interesse de alguns. Este acordo não faz sentido... Como é que nós, os portugueses podemos concordar que políticos modifiquem a nossa língua, sujeitando-se ao Português do Brasil e ainda por cima sem nos consultar? O Português é um património nosso, do povo Português e não somos nós que a temos de mudar, são os outros que a têm de aceitar tal como ela é.

terça-feira, 1 de abril de 2008