domingo, 20 de junho de 2010

Para a compreensão do Fascismo...



Ideias fundamentais

1
. Como toda a concepção política sólida, o Fascismo é acção e pensamento; acção em que está imanente uma doutrina e doutrina que, surgindo de um dado sistema de forças históricas, está nele inserido e aí opera internamente.
Possui, portanto, uma forma corre1ativa às exigências de lugar e de tempo e, simultaneamente, um conteúdo ideal que a eleva a fórmula de verdade na história superior do pensamento.
É impossível agir espiritualmente no mundo, como vontade humana, dominadora de vontades, sem um conceito da realidade transitória e particular sobre a qual é preciso actuar, e da realidade permanente e universal, que é a razão de ser e da vida da primeira. É preciso conhecer o homem para poder conhecer os homens; e para conhecer o homem, é necessário conhecer a realidade e as suas leis. Não há concepção de Estado que não seja fundamentalmente uma concepção da vida: filosofia ou intuição, sistema de ideias que se desenvolve numa construção lógica ou se concentra numa visão ou numa fé, mas sempre, pelo menos virtualmente, uma concepção orgânica do mundo.
2. Assim, não se poderá compreender o Fascismo nos seus vários aspectos práticos, como organização de partido, sistema de educação e disciplina, sem o encararmos, antes de mais, à luz do seu modo geral de conceber a vida: modo espiritualista. Para o Fascismo, o mundo não é o mundo material conforme aparece à primeira vista, no qual o homem é um indivíduo separado de todos os outros, governado por uma lei natural que, instintivamente, o leva a viver uma existência de prazer egoísta e momentâneo. O homem do Fascismo é o indivíduo que é nação e pátria, lei moral que une conjuntamente indivíduos e gerações numa tradição e numa missão, que suprime o instinto da vida encerrada no breve instante do prazer para instaurar no dever uma vida superior liberta dos limites do tempo e do espaço: uma vida em que o indivíduo, através da abnegação de si mesmo, do sacrifício dos seus interesses particulares e até da própria morte, realiza aquela existência inteiramente espiritual onde reside o seu valor de homem.
3. Concepção espiritualista, portanto, surgida também da reacção geral do século contra o positivismo do Ocidente fraco e materialista. Antipositivista, mas positiva: nem céptica, nem agnóstica, nem pessimista, nem passivamente optimista, como são em geral as doutrinas (todas negativas) que colocam o centro da vida fora do homem, o qual pode e deve, com a sua livre vontade criar o seu mundo. O Fascismo quer o homem activo e empenhado na acção com todas as suas energias, virilmente consciente das dificuldades e pronto para enfrentá-las. Concebe a vida como uma luta, pensando que cabe ao homem conquistar a existência verdadeiramente digna dele, criando em si próprio, antes de tudo, o instrumento (físico, moral, intelectual) para a edificar. Isto aplica-se tanto ao indivíduo singular como à nação e à humanidade.
Daí, o alto valor da cultura em todas as suas formas - arte, religião, ciência - e a formidável importância da educação. Daí também o valor essencial do trabalho, com o qual o homem vence a natureza e produz o mundo humano (económico, político, moral e intelectual).
4. Esta concepção positiva da vida é uma concepção ética, evidentemente; abrange toda a realidade, bem como a actividade humana que a domina. Nenhuma acção escapa ao julgamento moral: nada há no mundo que possa despojar-se do valor que a tudo cabe atribuir em relação aos fins morais.
Portanto, tal qual a concebe o fascista, a vida é séria, austera, religiosa, inteiramente concentrada num mundo sustentado pelas forças morais e responsáveis do espírito. O Fascismo despreza a vida cómoda.

Futuramente irei por mais pontos para que haja uma maior compreensão do Fascismo...

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