sábado, 30 de outubro de 2010

Ainda acerca da manifestação


Tradução

Após a manifestação identidária chamada « a juventude no poder » ocorrida no dia 23 de Outubro, aqui tem os discursos dos vários oradores. Para começar, o de Louise Demory, militante do Projet Apache.

“Uma outra juventude. Hoje reivindicamos esta diferença. Somos jovens, mas não somos a juventude deles. Uma outra juventude. Que temos nós que nos distingue do mundo deles?

Inicialmente, não somos como eles, porque recusamos ser parecidos com eles. Recusamos tudo o que é reconhecido enquanto juventude da actualidade. Não somos o alvo de nenhum marketing, nem vítimas de nenhuma moda. Não pertencemos a nenhuma “tribo”. Não pedimos assistência, nem compreensão, nem subsídios,. Tudo o que vem deles é-nos indiferente ou repugnante.

De seguida, somos jovens, porque somos o nosso próprio futuro. O futuro que nós queremos não é um futuro hipotético, que remete sempre para a geração de velhotes. O nosso futuro é aquilo que fazemos aqui e agora. Para nós não há nenhum “homem” novo que está para vir, pois isto é uma miragem do progressismo. O paraíso não é para amanhã. Há homens com os pés enraizados na sua história, o coração vibrando no presente e com os olhos virados para o amanhã que estão a construir. O futuro começa ontem e constrói-se hoje.

O teu futuro, caro amigo, é a escolha de um trabalho para construir [a tua vida], a escolha de uma terra para edificar, a escolha de uma família a quem transmitir [conhecimento]. Estas são as tuas maiores responsabilidades, é este o caminho da tua honra.

O trabalho não te amedronta. O que tu vomitas é o vazio de um emprego sem alma, de uma tarefa mecânica e sem sabor, é a escravatura vã de uma submissão aos mestres do tempo. O teu trabalho, caro amigo, é a primeira escolha que te é dada para tornar-te um homem. Escolhe a tua profissão, não por ser um meio de juntar dinheiro na tua conta bancária, mas sim como um modo de vida. Então poderás dizer: “olhem a minha obra, este é o meu acréscimo [ao mundo]Escolhe a tua profissão para toda a vida.

Com o mesmo cuidado [com o que escolhes a tua profissão] escolhe a terra onde queres viver. É cá que começa a tua vida enquanto Homem. Deves conquistar a tua rua, a tua localidade, a tua cidade, a tua província. A tua comunidade é cá. É cá que deves conquistar a realidade. É cá que voltas a dar um verdadeiro sentido à solidariedade. Nenhum media, nenhum partido, nem nada que substitua o combate, vale a pena que te empenhes mais do que te empenhas cá. Deves reencontrar a vontade de te dedicar totalmente por um pedaço de terra, por uma paisagem, por homens e mulheres que são o teu povo, por lhes darem aqui e agora o melhor de ti próprio, e eles compensarem-te por isso.

Escolhe o teu lar pensando “é cá que eles me enterrarão, junto aos que eu amei.” Os teus filhos. O teu caminho para a imortalidade. Graças a eles, perpetuas-te. Graças a eles, nunca morrerás. Sejamos francos, aquele que não entende que estamos no centro do combate identidário enganou-se na porta. Que tipo de homem serias tu se as necessidades de educar, de transmitir [conhecimento] e de amar, não estivessem em ti incutidos? Que criminoso serias tu se aceitasses que a voz dos anciões se calasse aquando a tua?

Não há civilização sem nação.

Não há nação sem regiões.

Não há regiões sem comunidades naturais.

Não há comunidades naturais sem famílias.

Não há famílias sem filhos.

Não há civilização por defender sem uma criança por nascer.

Nós somos a outra juventude, porque nós decidimos VIVER.

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